A corrida global por terras raras, minerais vitais para a indústria de alta tecnologia e a transição energética, acende um alerta: é hora de o Brasil entrar no jogo e aplicar as lições aprendidas com os erros históricos. Possuímos a terceira maior reserva de terras raras do mundo, o que nos oferece uma oportunidade única de liderança tecnológica, mas ainda enfrentamos o desafio de transformar esse potencial em realidade.
Em Goiás, o projeto Serra Verde, em Minaçu, é um exemplo pioneiro de exploração de terras raras, colocando o estado na linha de frente de um setor tradicionalmente dominado pela China. Projetos no município de Nova Roma, sob a liderança da Aclara, abrem um horizonte de possibilidades e indicam um futuro promissor em grandes depósitos.
O 1º Encontro de Tecnologia e Inovação Mineral, que ocorrerá em Goiânia, surge como um marco decisivo. Especialistas nacionais e internacionais estarão reunidos para discutir estratégias que garantam o aproveitamento integral do potencial mineral do Brasil. O evento é uma oportunidade de redefinir nosso papel no cenário global e entender o que é preciso ser feito para nos tornarmos inovadores e líderes.
A crescente atenção ao subsolo brasileiro reflete a importância estratégica das terras raras para o futuro da energia limpa e a descarbonização global. Goiás, com seu potencial significativo, pode ser o catalisador dessa transformação. Contudo, é crucial superar a desarticulação tecnológica atual.
Precisamos de uma abordagem integrada que abranja a pesquisa de novas jazidas que atendam às atuais demandas do mercado, a exploração eficiente dos recursos e uma indústria nacional com competência tecnológica capaz de aproveitar os produtos estratégicos da mineração.
O encontro em Goiânia é um convite à ação. Ele visa fomentar discussões que apresentem caminhos para o desenvolvimento da mineração frente aos desafios globais, integrando os minerais na cadeia de valor industrial do Brasil. É um passo fundamental para transformar Goiás e o país em líderes de uma nova era de inovação e sustentabilidade. Diferentemente do ciclo do ouro, quando fomos espectadores da nossa própria riqueza, as terras raras nos oferecem, agora, a chance de sermos protagonistas.
Artigo escrito por Luiz Vessani, presidente do MINDE.